A volta de Zak Starkey à formação de turnê do The Who trouxe não apenas alívio para os fãs, mas também uma dose de drama e reconciliação digna da história conturbada da própria banda. Em um anúncio extenso e sincero publicado no Facebook oficial do grupo no dia 19 de abril de 2025, Pete Townshend encerrou semanas de especulação ao confirmar que Zak segue como baterista do The Who e que toda a situação, nas palavras dele, foi um grande mal-entendido.
O comunicado, intitulado com ironia britânica como “News Flash! Who Backs Zak!”, joga luz sobre uma série de equívocos internos e reforça o espírito de família que ainda sustenta a lendária banda.
Townshend fez questão de assumir responsabilidade “por parte da confusão”, revelando que desentendimentos pessoais e questões de comunicação levaram a uma tempestade desnecessária nos bastidores da turnê. Mas agora, com tudo resolvido, ele garante: o grupo segue unido — com Zak firme no comando das baquetas.
A polêmica ganhou força após os recentes shows beneficentes do Teenage Cancer Trust no Royal Albert Hall, que foram marcados por tensões técnicas e problemas de performance. Segundo Pete, sua própria condição física — ainda se recuperando de uma cirurgia total no joelho — e a falta de tempo adequado para ajustes de som contribuíram para um ambiente caótico no palco.
“Talvez não tenhamos dedicado tempo suficiente aos testes de som”, admitiu ele. A confusão se intensificou quando erros pontuais de Zak durante a apresentação foram interpretados como sinais de uma possível saída do baterista. A ausência de um posicionamento imediato gerou boatos, inclusive de que Scott Devours — baterista que acompanha Roger Daltrey em sua carreira solo — poderia assumir a posição. Pete se desculpou publicamente por não ter cortado o rumor pela raiz, reconhecendo o desconforto causado a Scott e prometendo compensá-lo com um “drink longo” e um abraço sincero.
O ponto mais revelador do comunicado talvez tenha sido a admissão de que tanto Pete quanto Roger gostariam que Zak ajustasse seu estilo de tocar para se adequar à nova formação da banda — agora sem acompanhamento orquestral. Starkey, filho do lendário Ringo Starr dos Beatles, é conhecido por seu estilo enérgico e preciso, herdado não apenas por genética, mas também por décadas de estrada com grandes nomes como Oasis e The Who. Segundo Townshend, Zak entendeu a solicitação e prontamente aceitou o desafio de adaptar seu jeito de tocar, mostrando maturidade e comprometimento com a sonoridade atual do grupo.
A brincadeira com um “pato de borracha de baterista” no pedido de desculpas interno foi mencionada como sinal de que, apesar da tensão, o bom humor segue sendo uma ferramenta valiosa na hora de apagar incêndios dentro da banda. E, acima de tudo, a publicação reforça que eles continuam sendo uma família — com altos e baixos — mas sempre com o mesmo compromisso em seguir adiante.
Essa reconciliação vem em um momento crucial para o The Who, que ainda carrega o peso de seu legado como uma das bandas mais influentes da história do rock. Com uma base de fãs global e intergeracional, cada movimento do grupo gera expectativa e repercussão imediata. O retorno oficial de Zak não só alivia os fãs que o consideram um herdeiro legítimo da intensidade de Keith Moon, como também estabiliza a formação para os próximos compromissos ao vivo.
A combinação de talento, história e emoção que ele traz para os palcos é essencial para manter viva a identidade do The Who em 2025. Agora, com os ânimos apaziguados, a banda promete voltar aos holofotes com ainda mais energia, maturidade e, como disse Pete, com “fogo na barriga”. Que venha a próxima apresentação — com som ajustado, coração aberto e baquetas afiadas.