O grupo argentino Seattle Supersonics, renomado por seus shows em homenagem ao Nirvana, chega a Brasília em outubro para uma apresentação no Toinha Brasil Show.
O espírito jovem e rebelde do grunge, imortalizado pela voz e pelas composições de Kurt Cobain continua a ressoar entre fãs que o prestigiam, mesmo após sua morte prematura.
Os membros do Seattle Supersonics são parte dessa legião de admiradores e órfãos de um ídolo.
Na turnê pelo Brasil, se unirão à Orquestra Sinfônica Villa Lobos para uma série de espetáculos.
Formada por Ezequiel Dias, Estevan Molina e Christian Monteiro, a banda recria com qualidade a cenografia, o visual e a sonoridade do Nirvana, com o intuito de estimular a memória dos fãs.
O sucesso da banda possibilitou investimentos em novos recursos para as apresentações. “A prioridade sempre foi a música e o show, mas, ao longo dos anos, elevamos o nível do nosso espetáculo, transformando-o de um simples show de rock em uma experiência mais elaborada, com diversos outros elementos”, afirma Estevan Molina.
A fusão de música clássica com rock apresenta desafios significativos. A complexidade harmônica do Nirvana e a inclusão de instrumentos não convencionais do grunge foram o maior obstáculo deste projeto.
“Construir um show que une rock e música clássica é um desafio que requer uma abordagem cuidadosa e criativa. No nosso projeto Tributo ao Nirvana, a ideia foi manter a essência da música do Nirvana enquanto a transportamos para o universo orquestral.
Isso significa criar arranjos que respeitem as linhas melódicas e a energia crua do rock, mas que também integrem os instrumentos clássicos de forma harmoniosa.
A colaboração com a banda Seattle Supersonics, que é conhecida por sua fidelidade ao som da banda original, foi fundamental para garantir que a experiência fosse autêntica e emocionante”, relata o maestro Adriano Machado.
A Orquestra Sinfônica Villa Lobos já trabalhou em diversos projetos que misturam a música popular com um clássico, inclusive é uma característica marcante na condução de Machado.
A resposta está na expressão emocional que ambas proporcionam. Quando trabalho com arranjos sinfônicos para clássicos do rock, busco capturar a intensidade e a energia visceral que essas músicas transmitem.
Procuro maneiras de incorporar a grandiosidade dos instrumentos orquestrais sem perder a crueza e a autenticidade do rock. Essa fusão não é apenas uma questão de adicionar instrumentos clássicos às músicas populares; trata-se de reimaginar essas canções dentro de um novo contexto”, diz o maestro.
A música que exigiu mais trabalho para ser adaptada foi Smells Like Teen Spirit, que, segundo Machado, exige bastante energia da filarmônica para traduzir o significado da letra.
"A complexidade se manifesta, inclusive, nas letras introspectivas e frequentemente sombrias que abordam questões como alienação, dor e descontentamento. Algumas músicas têm sonoridade mais abrasiva e menos polida e transita entre diferentes estilos e emoções. Isso é o que torna a discografia do Nirvana tão impactante e relevante até hoje", diz.