Em seu quinto voo teste, o foguete Starship, da Space X, foi lançado neste domingo numa operação que incluiu a inédita "captura" do propulsor da espaçonave após seu retorno ao planeta. A nave não tripulada seguiu em voo, contornou boa parte do globo até voltar à Terra e mergulhar no oceano Índico.
O maior e mais poderoso foguete já desenvolvido pela empresa do bilionário Elon Musk decolou da base no Texas às 8h25 (9h25 em Brasília). Após lançar a nave ao espaço, o propulsor Super Heavy retornou ao local de lançamento e desacelerou ao se aproximar para a aterrissagem.
Na base, dois "braços" que se projetavam da torre de lançamento do foguete Starship "capturaram" o propulsor enquanto ele se abaixava até o chão, provocando aplausos e comemorações no centro de controle da missão.
"Eu ainda não consigo acreditar", disse Jessie Anderson, uma engenheira da SpaceX, durante a transmissão ao vivo. "Estou tentando conter as lágrimas".
Recuperar o propulsor da Starship após o lançamento é um marco crucial para a SpaceX, enquanto a empresa se prepara para operações comerciais.
O veículo é o centro das ambições do CEO da SpaceX, Elon Musk, de enviar pessoas à Lua e a Marte. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer antes que possa lançar o foguete com tripulação e carga.
Musk tem falado há muito tempo que o Starship será totalmente reutilizável. A empresa é conhecida por recuperar seus foguetes Falcon 9 após o lançamento, mas essas espaçonaves são apenas parcialmente reutilizáveis, com uma parte sendo destruída ou deixada sem uso após a missão.
Com a Starship, o objetivo final da SpaceX é recuperar completamente as duas partes principais do veículo: a espaçonave Starship em si — que transportará satélites e, eventualmente, passageiros — e o propulsor Super Heavy.
Ao recuperar ambas as partes após o voo, a SpaceX espera reutilizar e relançar rapidamente o hardware após a decolagem, permitindo múltiplos voos da Starship em um único dia.
A empresa também acredita que a total reutilização reduzirá drasticamente o custo do lançamento da espaçonave.
Como o Falcon 9, o propulsor retornou à Terra usando aletas para ajudar a guiá-lo através da atmosfera. O foguete reiniciou os motores para ajudar a desacelerar antes de tocar o chão.
Mas, ao contrário do Falcon 9 — que aterrissa em uma superfície dura com um conjunto de pernas de aterrissagem — o Super Heavy foi capturado logo antes de tocar o solo.
POUSO NO OCEANO ÍNDICO
O voo deste domingo foi a primeira vez que a SpaceX tentou essa façanha com o Super Heavy. No quarto voo da Starship, em junho, a empresa tentou "aterrar" o Super Heavy no Golfo do México, mirando em um alvo específico no oceano.
A missão ocorreu em meio a críticas abertas de Musk à velocidade com que a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) aprova licenças de lançamento comercial.
A SpaceX tem levantado essa preocupação nos últimos anos, enquanto tenta lançar a Starship com mais frequência. Em setembro, a empresa disse que a FAA notificou que a licença para a missão não seria concedida até o final de novembro — um prazo que a SpaceX classificou como lento e ineficiente.
Além da captura do propulsor, o voo da Starship parece bastante semelhante ao de junho. Depois do lançamento do Starship e do retorno do propulsor, o voo da nave não tripulável continuou. Ela contornou a maior parte do globo antes de mergulhar na atmosfera.
Algumas de suas aletas pareciam queimar durante a descida. Mas a Starship parece ter sobrevivido ao mergulho, antes de reiniciar seus motores para pousar no oceano Índico e explodir.
Durante o último voo, a Starship sobreviveu a grande parte da descida à Terra, mas começou a se desintegrar durante a queda e acabou queimando completamente antes de atingir o oceano. A SpaceX afirmou que reformulou completamente o escudo térmico para este teste.
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